sábado, 27 de setembro de 2008

"Olhar"

Quanta sabedoria,
quanta mágoa velada,
que tu,
Lisboa,
em um pestanejar revelas...
São olhos que
nada ocultam,
são olhos marcados,
cansados,
marcas de um tempo que,
sem o quereres,
nos relatam histórias
de outras eras,
de outras idas vontades,
impulsos caprichosos
de uma cidade que busca suas gentes
e as usa como adorno,
fêmea vaidosa
piscando o olhar
a seu corpo intemporal ...
Já muito hás vivido,
objecto de tantas paixões
te tornaste,
muitas lutas,
amores,
desamores,
suportaste...
Quanto de ti, Lisboa,
não rezará a história
em uma vontade imprópria
de uma raça que te adora...


AV

1 comentário:

  1. Sensibilidade e bom gosto; profundidade e carinho; mestria e sentimento...
    Obrigado

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