segunda-feira, 6 de outubro de 2008

"Nostalgia"

Nostálgico amigo
que na quietude do Tejo
abarcas tua saudade
dos tempos de outrora,
e recordas, e comparas,
Lisboa, aqui, agora...
Os homens que,
pela vida,
te manobraram,
que o Tejo te conheceram...
Recordas,
com paixão,
o alegre farfalhar
de vozes com que,
pela manhã,
as varinas te brindavam,
relembras, embevecido,
o andar, gingão,
como que embalado,
dos homens que,
vindos das sete colinas,
te vinham adornar
numa cadeia
com seus corpos
ansiosos e viris...
Abarcas,
ainda,
meu saudoso cacilheiro,
a nostalgia deste fim de tarde
e recordas,
com saudade,
o dia que,
uma vez mais,
termina
deixando no sabor da maresia
a doçura
de um passado
que retorna...

AV

1 comentário:

  1. Extrema sensibilidade e sentimento colocadas de forma tão airosa nestas profundas palavras ao mesmo tempo transbordando de emoção...

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